Quito – Boca suja, coração limpo
Primeiramente, uma explicação. O último texto, em referência (e reverência) ao Zulu manteve-se propositadamente dez dias no ar, quantidade de dias igual à nota que ele merece entre zero e dez.
Como vocês sabem, o intuito deste blog é contar histórias antigas do clube e do bairro, jogos inesquecíveis e personagens históricos, como o meu saudoso avô Tirone, o Durão, Pé-de-Pato, Antenor, Barraca, entre outros eméritos que já estão batendo uma bola do lado de lá.
Mas hoje vou falar de mais um que está conosco todos os Domingos. Seu nome é Leonildes, o famoso Quito. Este que bebe pinga igual água, que tem um sorriso de Tião Macalé, e que a cada dez palavras proferidas, solta nove palavrões. Este que é alvejado com garrafadas de plástico, que toma ovada na cabeça... Um sofredor. Realmente, um pagador de pecados... O pior é que ele gosta das abjetas brincadeiras que fazem com ele!
Nascido e criado no começo da Rua Anhanguera, perto da extinta porteira (onde hoje é a passarela), Quito é daquelas figuras que só existem na Barra Funda. Não vou entrar em detalhes sobre sua infância e sua vida. Isso vai ficar pra outra ocasião. Quero, além de contar um “causo” dele, apresentar a vocês um Quito jamais reconhecido no clube. Um homem boêmio, malandro, sambista...
Uma rápida reflexão: certa vez enviei um e-mail falando sobre apelidos. Eu nunca soube e não faço a menor idéia deste que cravaram: Quito. Que raio é Quito? Por favor, se alguém souber, revele nos comentários deste texto.
Vamos às cinco características que mais marcam este homem, em ordem:
1 – Palavrões;
2 – Pinga;
3 – Palavrões.
4 – Samba e boemia (vocês hão de ver logo abaixo, não perdem por esperar!);
5 – Palavrões.
O involuntário e inconsciente vocabulário deste cidadão é extremamente carregado de palavras de baixo calão, como todos sabem. Mas de onde vem isso? Procurei saber e, certa vez a Elza, sua irmã, contou-me como tudo começou. Criança pequena quando começa a falar não consegue dizer palavras com mais de uma sílaba, a não ser o famoso “papa” ou “mamã” ou ainda o insuportável “cuti-cuti”. Reparem só o dom que ele recebeu. Sua primeira palavra dita, uma monossílaba, foi um simples e agudo “cu”. Os pais imaginavam ser a abreviação do abominável “cuti”, mas mal sabiam da propensão do então Leonildinho às imundas palavras... E assim começou. O pequeno Quitinho gritando “cu” pra cá, “cu” pra lá. Isso com apenas um ano de idade.
Algum tempo depois, com uns doze anos, na escola, Quito já fumava. Certa vez o professor, já antevendo à época a degradação ambiental e a camada de ozônio sendo estuprada, o repreendeu: “Você, com seu cigarro, também está abrindo o buraco na atmosfera!!”. Justo pra quem o professor disse... Ouviu uma sonora e gritante resposta: “Ah, é o buraco da sua mãe, seu filhodaputa!”. Notem a revolta do Quito, com sua razão: Atmosfera era o nome de uma zona no centro da cidade... Quito nunca mais voltou à escola.
Desse dia pra cá, seu repertório de palavrões expelidos a cada minuto supera a quantidade de balas que uma metralhadora de última geração “cospe” no mesmo tempo. Tenho estudado seu comportamento e já sei que quando ele diz “vai tomá no cu” quer dizer “bom dia, tudo bem?”, ou quando ele te chama de “cheio de bicho” quer dizer “está forte, hein!”. Ele criou um dialeto feio e puro, bem como ele, como boa praça que é!
Apesar de sua língua solta, gostaria de dizer que sua contribuição e amor pelo Anhanguera são dignos de um busto, de uma grande homenagem. Afinal, o melhor roupeiro do Brasil trabalha arduamente. E com 72 anos nas costas!
Como vocês sabem, o intuito deste blog é contar histórias antigas do clube e do bairro, jogos inesquecíveis e personagens históricos, como o meu saudoso avô Tirone, o Durão, Pé-de-Pato, Antenor, Barraca, entre outros eméritos que já estão batendo uma bola do lado de lá.
Mas hoje vou falar de mais um que está conosco todos os Domingos. Seu nome é Leonildes, o famoso Quito. Este que bebe pinga igual água, que tem um sorriso de Tião Macalé, e que a cada dez palavras proferidas, solta nove palavrões. Este que é alvejado com garrafadas de plástico, que toma ovada na cabeça... Um sofredor. Realmente, um pagador de pecados... O pior é que ele gosta das abjetas brincadeiras que fazem com ele!
Nascido e criado no começo da Rua Anhanguera, perto da extinta porteira (onde hoje é a passarela), Quito é daquelas figuras que só existem na Barra Funda. Não vou entrar em detalhes sobre sua infância e sua vida. Isso vai ficar pra outra ocasião. Quero, além de contar um “causo” dele, apresentar a vocês um Quito jamais reconhecido no clube. Um homem boêmio, malandro, sambista...
Uma rápida reflexão: certa vez enviei um e-mail falando sobre apelidos. Eu nunca soube e não faço a menor idéia deste que cravaram: Quito. Que raio é Quito? Por favor, se alguém souber, revele nos comentários deste texto.
Vamos às cinco características que mais marcam este homem, em ordem:
1 – Palavrões;
2 – Pinga;
3 – Palavrões.
4 – Samba e boemia (vocês hão de ver logo abaixo, não perdem por esperar!);
5 – Palavrões.
O involuntário e inconsciente vocabulário deste cidadão é extremamente carregado de palavras de baixo calão, como todos sabem. Mas de onde vem isso? Procurei saber e, certa vez a Elza, sua irmã, contou-me como tudo começou. Criança pequena quando começa a falar não consegue dizer palavras com mais de uma sílaba, a não ser o famoso “papa” ou “mamã” ou ainda o insuportável “cuti-cuti”. Reparem só o dom que ele recebeu. Sua primeira palavra dita, uma monossílaba, foi um simples e agudo “cu”. Os pais imaginavam ser a abreviação do abominável “cuti”, mas mal sabiam da propensão do então Leonildinho às imundas palavras... E assim começou. O pequeno Quitinho gritando “cu” pra cá, “cu” pra lá. Isso com apenas um ano de idade.
Algum tempo depois, com uns doze anos, na escola, Quito já fumava. Certa vez o professor, já antevendo à época a degradação ambiental e a camada de ozônio sendo estuprada, o repreendeu: “Você, com seu cigarro, também está abrindo o buraco na atmosfera!!”. Justo pra quem o professor disse... Ouviu uma sonora e gritante resposta: “Ah, é o buraco da sua mãe, seu filhodaputa!”. Notem a revolta do Quito, com sua razão: Atmosfera era o nome de uma zona no centro da cidade... Quito nunca mais voltou à escola.
Desse dia pra cá, seu repertório de palavrões expelidos a cada minuto supera a quantidade de balas que uma metralhadora de última geração “cospe” no mesmo tempo. Tenho estudado seu comportamento e já sei que quando ele diz “vai tomá no cu” quer dizer “bom dia, tudo bem?”, ou quando ele te chama de “cheio de bicho” quer dizer “está forte, hein!”. Ele criou um dialeto feio e puro, bem como ele, como boa praça que é!
Apesar de sua língua solta, gostaria de dizer que sua contribuição e amor pelo Anhanguera são dignos de um busto, de uma grande homenagem. Afinal, o melhor roupeiro do Brasil trabalha arduamente. E com 72 anos nas costas!
Mas a bomba mesmo, meus amigos, o ápice, a revelação, vem agora. Vocês, que subjugam, que maltratam, que desdenham dele, nem imaginam o respeito e as amizades que convivem junto com a fera nos butecos do mundo. Quito é sambista bamba, amigo de nada mais nada menos que Bezerra da Silva, a voz da malandragem não calada, apesar da sua morte em 17/01/05. Durante anos ele saiu do Anhanguera e subiu os morros pra fazer samba junto com Bezerra quando este estava em São Paulo!
O que? Não acreditam? Pois como eu não minto nem invento, digo: uma imagem vale mais que mil palavras.
O que? Não acreditam? Pois como eu não minto nem invento, digo: uma imagem vale mais que mil palavras.
E agora, o que me dizem, pagãos?
7 Comentários:
Aí vão mais algumas frases do monstro Quito:
- "Xô abrir o guarda-chuva que tá chovendo malandragem".
- "Eu não sou filho da tua mãaaae"
- "C fode ? Fode ? Fode a paciência" hahahahahah
- "Ôooooooooooooo, mas que caraio"
- "Num faiz isso fia da puta" (essa é quando se anda de meia fora do vestiário ou põe a toalha no chão).
- "Te dou um tapa na oreia, cai vc, seu pai e seu irmão" (falando pra mim)
Meu Deus !!! Esse é o cara do Anhanguera. Vamos fazer uma corrente: Busto pro Quito já.
Abs,
Angelo
E aí, Kid???
Garoto, só tenho uma palavra pro seu blog: irretocável.
Parabéns!!!
Já to com saudade, meu garoto!
Pena mesmo que não deu pra tomar a saideira. Fica pr'outrora.
Putabraço!!!
Vim de intrometida mesmo, como na maioria das vezes!
Um delicia ler seu blog!
Continue escrevendo...
Você e suas histórias de bar, adoro!
Bjos!
Guilherme e Pri, queridos! Obrigado pela visita aqui e pelos elogios!
Vamos nos "visitando"!
Beijão pros dois!
Artur.
Que lindo seu blog ... Assim como vc pediu, vim dar uma olhadinha por aqui, e me deparei com histórias maravilhosas que nunca pensei que um dia fosse ficar sabendo ... Que loucura ...
Lindo lindo lindo ...
Deixo aqui, meu registro e prometo, que voltarei viu ?
A.A.A. sempre ...
Beijos favelinha meu ídolo !
É KID!!! isso é pra poucos... alem de um excelente compositor e sambista e um ótimo escritor!!!
Estou me divertindo e curtindo muito ler essas historias...
Realmente incorporando a alma do AAA!!! continue!!!
abraços!!!
" DIZEM QUE O PRETO É LUTO VERMELHO É GUERRA É NÓS ENTÃO ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ANHANGUERA AINDA HJ É TRADIÇÃO!!"
Arthur
Se orgulho matasse voce estaria sem sua mãe agora.
Beijos
Mami
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