Dick - Fidelidade canina
Para desespero do Waldir e do Guilherme Pompom, fã número um do Waldir mesmo sem conhecê-lo (veja aqui), vou falar de animais.
Assim como pessoas, certos animais são notórios e têm o dom de perpetuar pela nobreza de suas atitudes.
No Japão, por exemplo, uma estátua de cão da raça Akita foi levantada em homenagem a um cão que acompanhava seu dono até a estação de trem todos os dias. Este cachorro, de nome Hachi, aguardava na estação o dono voltar do trabalho para ir para a casa. Após a morte do dono, em 1925, o fiel animal, durante 9 anos, continuou indo diariamente à estação aguardar a chegada do dono, e o esperava até a meia-noite, quando passava o último vagão. Isso durou até sua morte, em 1934.
Outro caso antológico de um fato como este foi o do cão Greyfriars Bobby, na Escócia, que após a morte de seu dono, em 1858, recusou-se a abandonar o cemitério por uma noite sequer. Isso durou 14 anos, sempre deitado sobre o túmulo do dono, até sua morte em 1872. Bobby também ganhou uma estátua.
Aqui na Barra Funda alguns animais aparecem, de tempos em tempos, como se fossem reencarnações de Hachi ou de Bobby e marcam uma época. E são lembrados mais do que muita gente por aí, que passam pelo mundo sem serem percebidas.
Claro que alguns animais se destacam não por atitudes nobres, mas por outros motivos.
Um exemplo é o Nêgo, dálmata do Gaúcho, que mora na Rua do Bosque. O Nêgo, meus amigos, dizem, tem mais de 1.000 filhotes espalhados pela cidade. É um aventureiro sempre em busca de cadelas que não resistem ao seu charme.
Houve também, por aqui, o Berne. Um esguio cachorro de rua que na década de 1930 espalhou a raiva ao morder inocentes transeuntes. Há registros que nessa época metade das pessoas do bairro babavam exageradamante, afetadas pela doença. Berne foi sacrificado.
Mas voltando às nobres atitudes caninas, quero citar um exemplo daqui destas plagas. O Dick, um vira-latas inteligentíssimo e bondoso. Viveu na década de 1980 e pertencia ao Cuza.
O Cuza, minha gente, ao contrário dos donos do Hachi e do Bobby, não estava nem aí para o pobre do Dick. Tratava o cachorro com desdém, fornecendo ao animal apenas o quintal da casa e água. Nem comida ele dava ao esfomeado cachorro, a não ser pão velho e duro. Mesmo assim, o Dick, como um fiel escudeiro, adorava o Cuza...
Há relatos de que o Dick ficou anos e anos sem comer carne. Num desses relatos, o Joel contou-me que certo dia foi ao açougue e comprou carnes variadas para um churrasco que faria. Parou no bar do Vichisky pra um tira-gosto e lá estava o Cuza, e o Dick deitado num cantinho.
Quando ele enconstou o carro e abriu a porta pra sair, o Dick já havia pulado por cima dele e estava no banco de trás tentando achar uma brecha, com o focinho, para chegar ao porta-malas, onde estavam as proteínas bovinas que ele não comia há tanto tempo.
Após tanto pão duro, o Dick ficou fraco e apático. Quase não se mexia. O mesmo Joel, que era muito amigo do Cuza, contou que, certo dia, no auge da desnutrição, o Dick, após conseguir levantar-se, foi abanar o rabo para o Cuza, demonstrando seu afeto pelo dono, e caiu. Ele não aguentava mais nem com o rabo...
O coitado estava fraquinho... A morte aproximava-se lentamente.
Mas Dick ainda não havia provado sua nobreza, mesmo estando ao lado de um homem que o desdenhava, que o considerava acomodado e inútil.
Cuza, após uma noite de Vichisky, voltava embriagado para a casa quando foi abordado por dois homens armados. Além do inevitável assalto, poderia acontecer o pior, já que "Cuza" de bêbado não tem dono. Ao ouvir o dono em apuros, Dick, reunindo forças sobrenaturais e arriscando a própria vida, conseguiu correr e se pôs a latir ferozmente para os dois bandidos, rosnando e mostrando os pouquíssimos dentes que ainda resistiram aos pães duros. Os dois, com medo de a vizinhança acordar e chamar a polícia, fugiram.
Neste mesmo dia, ao acordar, um Cuza arrependido, comprou carnes de diferentes tipos para o Dick, que se esbaldou. Mas como Dick já tinha uma certa idade, acabou aproveitando pouco da vida boa de bajulação e faleceu três meses depois...
Dick provou ser nobre ao aceitar o dono que tinha e protegê-lo acima de tudo, mesmo sendo ignorado e passando fome.
Estátua pro Dick já!
Assim como pessoas, certos animais são notórios e têm o dom de perpetuar pela nobreza de suas atitudes.
No Japão, por exemplo, uma estátua de cão da raça Akita foi levantada em homenagem a um cão que acompanhava seu dono até a estação de trem todos os dias. Este cachorro, de nome Hachi, aguardava na estação o dono voltar do trabalho para ir para a casa. Após a morte do dono, em 1925, o fiel animal, durante 9 anos, continuou indo diariamente à estação aguardar a chegada do dono, e o esperava até a meia-noite, quando passava o último vagão. Isso durou até sua morte, em 1934.
Outro caso antológico de um fato como este foi o do cão Greyfriars Bobby, na Escócia, que após a morte de seu dono, em 1858, recusou-se a abandonar o cemitério por uma noite sequer. Isso durou 14 anos, sempre deitado sobre o túmulo do dono, até sua morte em 1872. Bobby também ganhou uma estátua.
Aqui na Barra Funda alguns animais aparecem, de tempos em tempos, como se fossem reencarnações de Hachi ou de Bobby e marcam uma época. E são lembrados mais do que muita gente por aí, que passam pelo mundo sem serem percebidas.
Claro que alguns animais se destacam não por atitudes nobres, mas por outros motivos.
Um exemplo é o Nêgo, dálmata do Gaúcho, que mora na Rua do Bosque. O Nêgo, meus amigos, dizem, tem mais de 1.000 filhotes espalhados pela cidade. É um aventureiro sempre em busca de cadelas que não resistem ao seu charme.
Houve também, por aqui, o Berne. Um esguio cachorro de rua que na década de 1930 espalhou a raiva ao morder inocentes transeuntes. Há registros que nessa época metade das pessoas do bairro babavam exageradamante, afetadas pela doença. Berne foi sacrificado.
Mas voltando às nobres atitudes caninas, quero citar um exemplo daqui destas plagas. O Dick, um vira-latas inteligentíssimo e bondoso. Viveu na década de 1980 e pertencia ao Cuza.
O Cuza, minha gente, ao contrário dos donos do Hachi e do Bobby, não estava nem aí para o pobre do Dick. Tratava o cachorro com desdém, fornecendo ao animal apenas o quintal da casa e água. Nem comida ele dava ao esfomeado cachorro, a não ser pão velho e duro. Mesmo assim, o Dick, como um fiel escudeiro, adorava o Cuza...
Há relatos de que o Dick ficou anos e anos sem comer carne. Num desses relatos, o Joel contou-me que certo dia foi ao açougue e comprou carnes variadas para um churrasco que faria. Parou no bar do Vichisky pra um tira-gosto e lá estava o Cuza, e o Dick deitado num cantinho.
Quando ele enconstou o carro e abriu a porta pra sair, o Dick já havia pulado por cima dele e estava no banco de trás tentando achar uma brecha, com o focinho, para chegar ao porta-malas, onde estavam as proteínas bovinas que ele não comia há tanto tempo.
Após tanto pão duro, o Dick ficou fraco e apático. Quase não se mexia. O mesmo Joel, que era muito amigo do Cuza, contou que, certo dia, no auge da desnutrição, o Dick, após conseguir levantar-se, foi abanar o rabo para o Cuza, demonstrando seu afeto pelo dono, e caiu. Ele não aguentava mais nem com o rabo...
O coitado estava fraquinho... A morte aproximava-se lentamente.
Mas Dick ainda não havia provado sua nobreza, mesmo estando ao lado de um homem que o desdenhava, que o considerava acomodado e inútil.
Cuza, após uma noite de Vichisky, voltava embriagado para a casa quando foi abordado por dois homens armados. Além do inevitável assalto, poderia acontecer o pior, já que "Cuza" de bêbado não tem dono. Ao ouvir o dono em apuros, Dick, reunindo forças sobrenaturais e arriscando a própria vida, conseguiu correr e se pôs a latir ferozmente para os dois bandidos, rosnando e mostrando os pouquíssimos dentes que ainda resistiram aos pães duros. Os dois, com medo de a vizinhança acordar e chamar a polícia, fugiram.
Neste mesmo dia, ao acordar, um Cuza arrependido, comprou carnes de diferentes tipos para o Dick, que se esbaldou. Mas como Dick já tinha uma certa idade, acabou aproveitando pouco da vida boa de bajulação e faleceu três meses depois...
Dick provou ser nobre ao aceitar o dono que tinha e protegê-lo acima de tudo, mesmo sendo ignorado e passando fome.
Estátua pro Dick já!
8 Comentários:
aahahah cachorro eh foda...
melhor amigo do homem certeza!!
faaaloww caderudoo!
ahaha
Cabra,
O texto é bom, mas fugiu do objetivo central, que é o Anhanguera.
Deixo aqui minha opinião.
Grato,
Angelo
Angelo, este é um blog de entretenimento. Aqui vou explanar curiosidades do bairro, do clube, do que eu quiser. Vou dar opiniões, contestar situações...
Mas você tem razão quanto ao tema central, que é mesmo muito restrito. Preciso deixar claro e vou fazê-lo hoje a noite, alterando o cabeçalho, que este espaço não se destinará apenas às quatro linhas. Vou contar histórias de pessoas. De anônimos que fizeram nosso bairro ser tão único. Vou contar coisas pessoais, passagens e divagações minhas que podem não ter nada a ver com o clube. O blog já deixou de ser "do Anhanguera" para ser um monte de histórias minhas, sejam narrando ou as vivendo...
Terei que mudar o nome do blog.
Abraço!
Fazer uma estátua para um cachorro é o mais ridículo dispêndio de dinheiro imaginável.
Fora, Dick vigarista!
Isso aí, Arthur! Não se prenda ao Anhangüera só, não.
Gênios não conhecem fronteiras, limites, por isso, seria impossível você ficar só com um tema aqui.
Você vai ver como daqui a alguns meses você já vai estar querendo escrever sobre política, religião, Curintia...
Vai que vai!
Bacio, irmão!
Ok Cabra,
Então precisamos montar um blog pro Anhanguera porque senão qual seria a razão ?????
Ok Cabra,
Então precisamos montar um blog pro Anhanguera porque senão qual seria a razão ?????
Oi artuuuuuur ...
To no trampoooo ... Uma passadinha aqui de leve !!!
Beijocas, bom restinho de semana !!
O Blog foi criado por ti, então fala para o Angelo não encher os pacovas. continue meu sobrinho.
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