23 de out. de 2007

Anhanguera dá Samba V

Recebi, desde o dia primeiro deste Outubro, além de e-mails e cobranças via msn, umas broncas de gente que não foi e que quer saber como foi a última edição do samba no Anhanguera, sob o comando dos Inimigos do Batente. Vou, mais uma vez, mostrar um pouco do que aconteceu. Um pouco, eu digo, porque nenhum filme, foto ou depoimento é capaz de transmitir o sentimento que tomou conta do ambiente.

“O samba balança, porém não cai”. Confesso que fiquei ligeiramente apreensivo quando, às onze da noite, estavam presentes apenas os músicos e as pessoas que trabalhariam no bar. É difícil concorrer com o último capítulo da novela. Depois da revelação de “quem matou Taís” o quintal do Anhanguera, inevitavelmente, ficou pequeno. A Barra Funda aguardava a presença de seus baluartes, nossos amigos da Velha Guarda da Camisa Verde.



O troço foi bonito demais. Ali fora, de frente para o campo, sob a luz da Lua, com o ambiente despojado que tem o futebol de várzea, este que ajudou a manter a tradição do samba quando era discriminado, aconteceu o batizado dos Inimigos do Batente. “Seu” Mario Luiz, o mais velho, comandou a cerimônia abrindo a garrafa de cachaça e servindo os afilhados. Que beleza! Vai aí um vídeo do samba:
A última sexta do mês é essa semana e no próximo dia 26 tem mais. O convidado é o grande sambista Chico Médico. Transcrevo abaixo texto do meu irmão Fernando Szegeri sobre o baluarte:

Chico Aguiar, Chico Médico, Doutor Chico, são diversas as formas de se referir a essa grande figura do samba em São Paulo, que por mais de dez anos esteve à frente de uma das mais importantes rodas de samba da cidade, referência absoluta nas tardes de sábado, ponto de encontro obrigatório de sambistas dos quatro cantos de São Paulo e além; seja no Butantã, no saudoso bar Canto Brasileiro, seja mais recentemente na Praça Roosevelt, era fácil topar com figuras como Beth Carvalho, Luiz Carlos da Vila, Sílvio Modesto, Murilão, Mário Luiz e outros baluartes da Velha Guarda do Camisa, Tia Surica, Dorina etc.
Chico Médico aprofundou seu contato com o samba no início dos anos 80, a partir das antológicas rodas de samba do Butecão, na Consolação. Dali pra cá, acumulou uma grande coleção de gravações e um fantástico repertório que já lhe valeu o apelido de "Enciclopéda do Samba". Conta a lenda que o grande compositor e também médico Paulo Vanzolini o teria visto cantar informalmente um dia na faculdade de medicina e dito que gostaria de ver um samba seu gravado por ele. E como na canção, "o que há de verdade é que depois, muito depois", isso se tornaria realidade na caixa "Acerto de Contas" (2003), reunindo em 4 cd's a obra do compositor, em que Chico comparece interpretando dois belos sambas: "Mulher, toma juízo" e "Mulher que não dá samba".
Deixo aqui também a gravação da ótima Mulher, toma juízo, cantada por ele, Chico Médico.
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Até sexta!

2 Comentários:

Blogger Craudio disse...

Favela, o projeto tá cada vez mais bonito.

Você, irmão, é um louco mais do que necessário nesses dias difíceis! Juntamente com o Fernandão, o povo todo do Anhangüera e outros pilares de resistência da cultura popular aqui de SP.

Chamar o Chico e juntar o pessoal que faz duas das mais importantes rodas de samba dessa terra da garoa nada mais é do que uma mostra de que as coisas ainda têm jeito - mesmo com os sujos tentando nos derrubar.

Precisa dizer que sexta vai ser outra noite antológica???

Abraços!

24 de outubro de 2007 às 12:03  
Blogger Unknown disse...

Olá priminho. Então, eu disse que ia e vou mesmo. Mamãe tb.
Pelo jeito o negócio vai ser bom né?
Muitos Beijos e parabéns pela iniciativa.
Ana Paula

24 de outubro de 2007 às 14:48  

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