25 de mai. de 2010

Sou verde e branco!


Lá se vão três anos da morte do mestre Hélio Bagunça. O velho baluarte, porém, ao contrário da grande maioria dos sambistas - pelo menos os que não gravaram -, recebeu algumas homenagens post mortem. A última delas feita com muita raça pelo pessoal do Bloco da Santa Cecília, no carnaval deste ano.

Já contei bem uma meia dúzia de histórias do Tio Hélio por aqui. E pretendo, de quando em quando, falar de outros bambas da paulicéia, especialmente da Camisa Verde e Branco.

Um amigo me indicou um vídeo da verde e branco que faço questão de postar aqui. Foi feito há pouco tempo, antes das disputas eleitorais na quadra, que terminaram com a vitória de Ribamar para presidente, tendo como vice T. Kaçula. É uma turma nova, com vontade de "fazer acontecer", expressão que me arrepia. Aliás, mesmo atravessando altos e baixos, jamais deixaremos de representar uma das maiores forças do carnaval paulistano; com ou sem disputa. É preciso apenas ter a serenidade pra fazer as coisas com a paciência e a sapiência que se exige um momento desse.

O vídeo é apresentado por Zulu, grande nome da Escola. Zulu, inclusive, perdeu essa última disputa: ele encabeçava a outra chapa concorrente. O vídeo tem momentos emocionantes; e mostra um monte de amigos meus, principalmente na bateria - que ainda segura a marimba de "furiosa".

O samba na quadra, o Largo da Banana, o glorioso salão do São Paulo Chic, os grande nomes da agremiação, uma conversa entre Dionízio Barbosa e Inocêncio Mulata - dos aquivos da Cultura - e, rapidinho, de passagem, tio Hélio Bagunça empunhando o estandarte da Escola que representou durante tantos anos. Ao contrário do movimento "de raiz" que jorra por aí, principalmente entre os jovens, sou daqueles que acha que há, sim, samba nas Escolas de Samba. Muita coisa se perdeu e pouco se criou; os desfiles se deturparam, o samba virou negócio. Mas essa negrada de três, quatro gerações carrega um axé que não é moleza; e de toda essa patifaria que grassa nas escolas, pouca coisa pode ser atribuída a quem luta pra manter a tradição.

Aliás, pergunto daqui: o que não foi deturpado, de alguns anos pra cá?

Eu vou saudando. Salve, salve à rapaziada nova que se devota e que se esfola. Salve à Velha Guarda. Salve, Talismã. Salve, Ideval e Juscelino. Axé, Tio Hélio Bagunça, Tio Mario e Zeca do Morro. Minha reverência, Dionísio Barbosa, Inocêncio Mulata, Tobias e Taidão. Sua benção, Dona Sinhá; "a bença", Mãe Cleusa.

6 Comentários:

Blogger Unknown disse...

O vídeo está sensacional, coisa linda Barra Funda! Além disso, fiquei muito feliz de saber que meu amigo T. Kaçula está envolvido com a nova diretoria. É um sopro de esperança na manutenção das tradições paulistanas mais caras. Assim seja!

25 de maio de 2010 às 20:42  
Anonymous Anônimo disse...

OTIMO texto Cabra...vídeo melhor ainda....

Bj
Angelo

26 de maio de 2010 às 08:54  
Blogger Unknown disse...

T.Kaçula é gente boa... fiz algumas reportagens com ele sobre a história do samba paulistano no carnaval deste ano, pela CNT.

26 de maio de 2010 às 21:45  
Blogger Arthur Tirone disse...

Mano Bruno: também acho que o Kaçula é um sopro de esperança; é um cara que sabe o que faz, sabe a que veio e tem bem clara a importância da tradição.

Fábio, eu sei que o T. Kaçula é gente boa - aliás, nem sei por quê você escreveu isso...

27 de maio de 2010 às 11:37  
Blogger Craudio disse...

Coisa maravilhosa esse vídeo! Salve a Barra Funda e o Camisa!

28 de maio de 2010 às 20:37  
Blogger Unknown disse...

kkkk escrevi e na correria acabei esquecendo de dizer que quando falamos da Camisa eu quase precisei fazer um especial sobre a escola pois renderam ótimas e memoráveis histórias.

4 de junho de 2010 às 19:21  

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