Anhangüera dá Samba XXIII
Toniquinho Batuqueiro fazia parte dos nossos planos desde o começo. O que eu ouvia, de várias pessoas, era que seria difícil contarmos com sua presença; que as limitações da cegueira e da velhice o aplacavam. Deixamos em banho-maria. Há mais ou menos seis meses travei contato, na casa da Railídia, com uma grande figura: Renato Dias; um sujeito que, de cara, virou meu amigo. Ao lado de sua mulher, Lídia, é uma daquelas figuras agradabilíssimas. Eu o conhecia só de nome. Renato é um pesquisador voraz do samba paulista, além de produzir shows e discos de insuspeita qualidade. É, ainda, é um compositor intuitivo e competente.
Renato presenteou-me com um discaço do Toniquinho, que ele produziu recentemente. No repertório tem música composta pelo meu camarada junto com o velho mestre, além do incansável T. Kaçula. Definitivamente, um disco de cabeceira. Foi neste ambiente descontraído – como sempre! –, com partido de improviso, tacacá e cachaça, na casa da Railídia, que a intenção voltou com tudo: Renato era o elo que levaria o velho perucheano ao Anhangüera!
Toniquinho foi acompanhado por um filho e dois netos e chegou ao nosso terreiro cedo; as portas ainda estavam fechadas. Apresentação marcada para as onze; à meia noite o mestre iria dar linha. Ajudei-o a sair do táxi. Assim que pisou a rua, perguntou-me, com aquela voz ancestral: “- Aqui é perto do campo do Sulamericano, não?”. Toniquinho, que viveu anos do outro lado do Rio Tietê, ali no Parque Peruche, é um varzeano de quatro costados, tendo jogado em todos os campos da região. De óculos escuros seguiu para o camarim para se trocar. O camarim do Anhangüera! Lá o luxo passa longe, já que o camarim é o humilde vestiário onde tomamos banho após os jogos de domingo. Em suas dependências constam um banco de concreto, piso vermelhão e um chuveiro com água quente.
Portão aberto, cachaça e festa de gente. Toniquinho foi devidamente homenageado como grande nome do samba brasileiro. Cantou, cantou e cantou, esquecendo-se de horários pré-combinados. A faixa vermelha de “embaixador do samba” no peito e a força da sua música, do seu batuque. Foi embora as duas e meia da madrugada, “extremamente emocionado”, como me confidenciou na despedida. Assistam:
Estamos, graças aos deuses, comemorando dois anos de Anhangüera dá Samba! neste mês de Maio. Quando idealizamos, o primeiro nome à mesa foi o de Wilson Moreira. Sem venda de convites antecipados, sem apoios extras, dependendo apenas da bilheteria e das cervejas vendidas, sabíamos que a coisa poderia não passar da primeira vez. Bancamos a empreitada e trouxemos o Alicate e estamos segurando a marimba há dois anos.
Wilson Moreira abriu os caminhos, e sua bênção só fez aumentar nossa responsabilidade. Naquela noite, Ângela Nenzi, sua esposa, cravou: “- Não deixem de nos convidar novamente!”. Hoje, depois de dois anos – muito graças a Wilson Moreira – não haveria outro homenageado possível. Porque é preciso, além de sempre reverenciá-lo, ter gratidão e exaltar quem comprou a idéia e derramou o axé que mantém a chama acesa.
Renato presenteou-me com um discaço do Toniquinho, que ele produziu recentemente. No repertório tem música composta pelo meu camarada junto com o velho mestre, além do incansável T. Kaçula. Definitivamente, um disco de cabeceira. Foi neste ambiente descontraído – como sempre! –, com partido de improviso, tacacá e cachaça, na casa da Railídia, que a intenção voltou com tudo: Renato era o elo que levaria o velho perucheano ao Anhangüera!
Toniquinho foi acompanhado por um filho e dois netos e chegou ao nosso terreiro cedo; as portas ainda estavam fechadas. Apresentação marcada para as onze; à meia noite o mestre iria dar linha. Ajudei-o a sair do táxi. Assim que pisou a rua, perguntou-me, com aquela voz ancestral: “- Aqui é perto do campo do Sulamericano, não?”. Toniquinho, que viveu anos do outro lado do Rio Tietê, ali no Parque Peruche, é um varzeano de quatro costados, tendo jogado em todos os campos da região. De óculos escuros seguiu para o camarim para se trocar. O camarim do Anhangüera! Lá o luxo passa longe, já que o camarim é o humilde vestiário onde tomamos banho após os jogos de domingo. Em suas dependências constam um banco de concreto, piso vermelhão e um chuveiro com água quente.
Portão aberto, cachaça e festa de gente. Toniquinho foi devidamente homenageado como grande nome do samba brasileiro. Cantou, cantou e cantou, esquecendo-se de horários pré-combinados. A faixa vermelha de “embaixador do samba” no peito e a força da sua música, do seu batuque. Foi embora as duas e meia da madrugada, “extremamente emocionado”, como me confidenciou na despedida. Assistam:
Estamos, graças aos deuses, comemorando dois anos de Anhangüera dá Samba! neste mês de Maio. Quando idealizamos, o primeiro nome à mesa foi o de Wilson Moreira. Sem venda de convites antecipados, sem apoios extras, dependendo apenas da bilheteria e das cervejas vendidas, sabíamos que a coisa poderia não passar da primeira vez. Bancamos a empreitada e trouxemos o Alicate e estamos segurando a marimba há dois anos.
Wilson Moreira abriu os caminhos, e sua bênção só fez aumentar nossa responsabilidade. Naquela noite, Ângela Nenzi, sua esposa, cravou: “- Não deixem de nos convidar novamente!”. Hoje, depois de dois anos – muito graças a Wilson Moreira – não haveria outro homenageado possível. Porque é preciso, além de sempre reverenciá-lo, ter gratidão e exaltar quem comprou a idéia e derramou o axé que mantém a chama acesa.
Amanhã, quando Wilson Moreira sentir um sopro no ouvido, é o giro do mundo; tudo se repete...
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Até amanhã!
3 Comentários:
Amanhã: TÔ LÁ!!!!!
É isso aí pessoal, parabéns pelo projeto.
Estive da primeira vez que o Alicate esteve no Anhanguera...foi sensacional. Dessa vez não pude ir...
Grande Abraço.
Leonardo - Itaquera.
Oii primo lindo.. passando aqui pra deixar um beijo e dizer que estou com saudades!!
beijoss queridoooooo
=**
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