25 de mar. de 2009

Anhangüera dá Samba XXI

Na última roda de samba que os Inimigos do Batente comandaram na Barra Funda (sim, dentro do Anhangüera é Barra Funda, independentemente do endereço ser no bairro do Bom Retiro), a noite estava quentíssima e fez com que os estoques da gelada se esvaíssem rapidamente, e eu tive que sair ligeiro às compras; ossos do ofício... Aliás, pela primeira vez de um ano pra cá não choveu na última sexta do mês. Um milagre!


Carmen Queiroz se apresentou mês passado. Com sutileza, desfiou um repertório clássico, passeando tranqüilamente pelo samba, desde os tempos áureos do rádio até Clara e João. Foi de emocionar. Uma senhora me puxou pelo braço e, com os olhos arregalados e mãos trêmulas, perguntou se era eu o Favela. “Sim, senhora”, respondi preocupado. E ela: “Quem é essa mulher? Que samba é esse, menino? Meus parabéns, isso aqui é melhor lugar do mundo!”. Contou-me, a perplexa dona, que caiu no Anhangüera após ver num jornal a programação daquele dia. Não tenho dúvidas de que a simpática e atônita sexagenária estará lá novamente, depois de amanhã. Clique no play para assistir Carmen Queiroz em ação. O vídeo é tosco, mas é o que nossa humilde estrutura proporciona; a várzea é assim!

A vigésima primeira edição do samba no Anhangüera é essa sexta. O convidado especial é carioca da "Boca do Mato" Murilão, renomado compositor, um dos primeiros parceiros de Martinho da Vila. Tem composições suas gravadas por Almir Guineto, Martinho, Quinteto em Branco e Preto e outros grandes intérpretes. Murilão é partideiro nato, dono de uma voz ancestral, forte como um trovão. Respeitado em todas as rodas de samba do Brasil, Murilão é quem preparava o famoso caldo de mocotó na Contemporânea; atualmente participa do Pagode da Berinjela da Dona Teresa, na Vila Santa Maria. E não há um samba nos sete cantos do país em que não ecoam seus versos mais famosos - a música Minha Fé -, gravados por Zeca Pagodinho: "Valei-me meu Pai, Atotô Obaluaê!".

Deixo o áudio de uma de suas composições - em parceria com Luverci Ernesto -, Mãe África, gravada pelo Quinteto em Branco e Preto no disco Riqueza do Brasil, no ano de 2.000.

Até Sexta!

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