23 de set. de 2010

Anhangüera dá Samba XXXVII

O Anhangüera dá Samba! volta amanhã após dois meses sem atividade. Muitos boatos acabaram correndo à boca pequena sobre essa paralisação. Em respeito aos freqüentadores do samba – um dos mais festejados de São Paulo -, tenho cá a convicção de que é hora de lhes dizer o que houve, para que não mais paire dúvidas; quem "corre pelo certo" não tem o que escamotear.

O Anhangüera não tinha absolutamente nenhuma programação às sextas feiras. Eu, no começo de 2007, sob a gestão de Sidnei Caran, o Nariz, diretoria da qual eu fazia parte, propus, em reunião, o Anhangüera dá Samba! como um evento do clube. A mesa tinha cerca de 20 diretores. Após analisarem o projeto, os números e que-tais, foi deliberado, por maioria, que o clube não assumiria um evento de tal proporção, sob o argumento de que as chances de a coisa dar errado eram grandes. Assumi a bronca, a partir de então, alugando o espaço e metendo o peito, na fé e na raça – ombreados ao meu lado nessa empreitada cultural, Fernando Szegeri e Railidia Carvalho.

Durante a gestão do Nariz – um grande presidente, é preciso dizer - a coisa caminhou bem, com o clube valorizando o movimento, sentindo a projeção do nome da agremiação. Em 2009, uma nova chapa assumiu. Indicada, inclusive, por meu pai e pelo Nariz. A coisa começou a desandar a partir daí. Não vou falar aqui, nem agora, detalhes da gestão atual – a pior dos 82 anos do Anhangüera! -, só digo que há dois anos fazem de tudo pra acabar com o nosso samba. Motivo decente, sinceramente, não há.

O que há é o Anhangüera dá Samba!, e o troço incomodou – e incomoda! – muita gente, de modo que foi um sufoco a gente segurar a bronca durante um ano e meio, até o dia em que fui comunicado, de maneira arbitrária, que a gente não poderia mais fazer. A coisa só se resolveu e voltou agora por causa de um grande amigo, um sujeito de bem, que me pediu pra que não revelasse sua identidade, que me propôs uma ajuda pra pagar o absurdo que me foi imposto pelo espaço.

Resumindo, é isso. Mais pra frente, pretendo contar as afrontas cometidas por sujeitos que não sabem o que é o Anhangüera, que não conhecem a história do clube, nem da Barra Funda. Que não gostam de samba e das coisas nossas. Mas isso é pra outra hora. Por ora, estou aliviado com o fim dessa gestão no final do ano.


Na última edição, em Junho, recebemos, pela segunda vez (veja a primeira aqui), Gisa e Didu Nogueira como convidados especiais – dessa vez homenageando o monstro João Nogueira, que falecera há 10 anos. Como da outra vez, comecei bebendo com o Didu e o Celso, marido da Gisa, no bar do Ge, às 18h. A noite foi – não teria como ser diferente – daquelas que a gente não esquece. Gisa é de uma ternura inenarrável, e meu amigo Didu, a cada encontro, demonstra que é, à vera, um bamba de peso, consciente da responsa que tem grafada no nome e no sangue. No vídeo, os dois cantam Além do Espelho:


Amanhã, na volta, receberemos ninguém menos que Luiz Grande. Deixo com vocês palavras do meu compadre, Fernando Szegeri:

“Um dos últimos remanescentes do escrete de sambistas legendários que participou da gravação dos antológicos discos da série Partido em 5 (que reuniu craques como Candeia, Velha da Portela, Joãzinho da Pecadora, Gracia do Salgueiro, entre outros), Luiz Grande atingiu imenso sucesso como compositor, sobretudo nas vozes de seus dois maiores intérpretes: João Nogueira (Maria Rita, Amor de dois anos, Meu Dengo, A força do samba, Na boca do mato, Malandro 100) e Zeca Pagodinho (Dona esponja, Preservação das raízes, Mary Lu, Caviar). Parceiro do próprio João Nogueira, de Toninho Nascimento, Rubens da Mangueira, Joãozinho da Pecadora entre muitos outros, mais recentemente firmou aclamada parceria com Barbeirinho do Jacarezinho e Marquinhos Diniz, formando o famosíssimo Trio Calafrio.

Pagode pra valer, roda de malandro, certeza de muito partido alto, com uma estrela de primeira grandeza da constelação dos grandes bambas brasileiros: receita infalível para o retorno da mais comentada roda de samba da cidade.”

Na caixa, música de Luiz Grande, Zeca Pagodinho canta Caviar.
Até amanhã. Todos lá!

2 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Caramba Kid...


como é bom poder voltar ao AAA numa sexta-feira e ouvir um samba de qualidade!!

Nem tenho o que dizer... só curtir o samba!!

hehehehe

Abrass!!

27 de setembro de 2010 às 16:57  
Blogger Unknown disse...

Caramba Kid...


como é bom poder voltar ao AAA numa sexta-feira e ouvir um samba de qualidade!!

Nem tenho o que dizer... só curtir o samba!!

hehehehe

Abrass!!

27 de setembro de 2010 às 16:57  

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