Destruição de um templo
Não tem saída: a gente tem que brigar pelas causas em que acreditamos. Sou contra - até certo ponto - a modernidade e explico. Não quero ser nostálgico, nem viver um tempo que não é o meu. O mundo está aí; as inovações tecnológicas e as mudanças comportamentais são inevitáveis. Mas é triste quando a mudança é ditada apenas pelo fator econômico. Quando não se leva em conta o fator social, as instituições, a tradição... Aí o molho desanda.
Uma briga que travo com especial fervor é pelo futebol varzeano em geral, e mais especificamente pela minha agremiação, o Anhangüera, clube fundado em 1928. É na várzea que ainda se vê - não nos campeonatos promovidos por cervejarias, que já operam nos moldes do futebol moderno - um futebol genuíno. Acreditem que existe amor à camisa.
Há alguns anos eu dizia que as quadras de futebol society eram o grande vilão, o algoz do futebol amador. Eu não estava enganado. As quadras de jogadores de carpete estão acabando; o mercado imobiliário está pilhando todas elas. Mas não tenho muito o que comemorar. Alívio? Pelo contrário: elas deixaram um vestígio irreversível: uma nova maneira de se jogar futebol na cidade. Como um parasita social, elas mudaram toda a concepção de amadorismo: quer jogar, pague! Acaba-se com uma velha instituição forjada pela habilidade de jogar, pela iniciação.
Aliada a esta aberração comportamental, a prefeitura tem acabado com vários clubes antigos. E aos que ela julga interessantes, impõe goela abaixo a modernidade: grama sintética. Escrevi há dois anos e meio sobre isso, quando começou a ser ventilada a notícia de que o Anhangüera sofreria as conseqüencias deste progresso obtuso. Meu texto pode ser lido aqui.
As pessoas que circulam neste meio - seja no Anhangüera ou nos outros clubes - estão completamente inebriadas. É, de fato, muito bom economicamente. O campo terá uma demanda de aluguel jamais sonhada, e os cofres vão agradecer. A questão não é a grama - também acho um tesão jogar no sintético. O problema é que finda uma era, um modus vivendi - que sobrevivia ainda que por aparelhos - que é um dos pilares da cidade desde o começo do século passado. Uma mudança que enterra de vez um jeito de se viver, de se relacionar - com as pessoas e com o futebol.
A maioria das pessoas, infelizmente, não acham que têm responsabilidade, e nem se dão conta disso. Em alguns anos, vão lembrar com nostagia do terrão, e de como era bom "aquele tempo".
Uma briga que travo com especial fervor é pelo futebol varzeano em geral, e mais especificamente pela minha agremiação, o Anhangüera, clube fundado em 1928. É na várzea que ainda se vê - não nos campeonatos promovidos por cervejarias, que já operam nos moldes do futebol moderno - um futebol genuíno. Acreditem que existe amor à camisa.
Há alguns anos eu dizia que as quadras de futebol society eram o grande vilão, o algoz do futebol amador. Eu não estava enganado. As quadras de jogadores de carpete estão acabando; o mercado imobiliário está pilhando todas elas. Mas não tenho muito o que comemorar. Alívio? Pelo contrário: elas deixaram um vestígio irreversível: uma nova maneira de se jogar futebol na cidade. Como um parasita social, elas mudaram toda a concepção de amadorismo: quer jogar, pague! Acaba-se com uma velha instituição forjada pela habilidade de jogar, pela iniciação.
Aliada a esta aberração comportamental, a prefeitura tem acabado com vários clubes antigos. E aos que ela julga interessantes, impõe goela abaixo a modernidade: grama sintética. Escrevi há dois anos e meio sobre isso, quando começou a ser ventilada a notícia de que o Anhangüera sofreria as conseqüencias deste progresso obtuso. Meu texto pode ser lido aqui.
As pessoas que circulam neste meio - seja no Anhangüera ou nos outros clubes - estão completamente inebriadas. É, de fato, muito bom economicamente. O campo terá uma demanda de aluguel jamais sonhada, e os cofres vão agradecer. A questão não é a grama - também acho um tesão jogar no sintético. O problema é que finda uma era, um modus vivendi - que sobrevivia ainda que por aparelhos - que é um dos pilares da cidade desde o começo do século passado. Uma mudança que enterra de vez um jeito de se viver, de se relacionar - com as pessoas e com o futebol.
A maioria das pessoas, infelizmente, não acham que têm responsabilidade, e nem se dão conta disso. Em alguns anos, vão lembrar com nostagia do terrão, e de como era bom "aquele tempo".
6 Comentários:
Olá, onde podemos consultar uma agenda atual do Anhanguera? Ouvi dizer que dia 6 tem Monarco e gostaria de confirmar. E sexta agora, 29, tem também? quem é o convidado? Obrigada. Ana Paula Faria.
Oie, eu também gostaria de saber a programação para esta sexta dia 29/04....
Ana Paula e Sandrinha: amanhã tem Anhangüera dá Samba! Os Inimigos do Batente homenageiam o compositor Kazinho, com as participações dos cantores Chico Médico e Paula Sanches.
E dia 06 tem Tuco e Batalhão de Sambistas com Monarco.
Obrigada Arthur, estarei lá com certeza!
Porra, Favela. Que tristeza ver essas coisas... As pessoas pensam, de fato, que as agremiações de futebol, seja na várzea ou no profissional, precisam funcionar como empresas.
É simplesmente nojento ver a naturalidade com que tratam essa modernidade imbecil. Estão reinventando a história como farsa, elitizando o esporte que o povo lutou muito para ter como seu.
Mano, o mais foda é ter que aturar "na marra", como vc disse, sem dar voz a populaçao.
Jogava na Várzea, no Canindé aqui da ZL. Tinhamos 2 campos, um nosso e um perto, o do clube dos amigos. E era lá que a molecada se divertia depois da escola e nos fins de semana. E a molecada não via a hora de crescer para poder jogar no Canindé.
Pois a prefeitura tomou os dois campos e fez moradias. Até aí, vai lá. Mas não fez nada para compensar aquele crime contra a várzea. Conclusão... onde a molecada ia se divertir com o futebol, virou um antro de traficantes e moleques usando drogas...
Morte ao futebol moderno!!
Abraços
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