Craw - O Homem Elétrico
Às vezes fatos marcam tanto uma pessoa que ela é reconhecida e lembrada por algum evento que tenha acontecido, sobrepujando qualquer adjetivo que a possa caracterizar. É um fenômeno corriqueiro, marcante e, na maioria das vezes, massacrante para com o indivíduo autor ou vítima do acontecimento.
Para ser mais claro e objetivo, citarei exemplos. O Mário Gomes (ator), até hoje é chamado carinhosamente de Cenourinha, após aparecer no hospital com o tal vegetal entalado em seu orifício anal, ato que lhe custou um bom tempo de reclusão, de sumiço.
Francisco de Assis Pereira será para sempre o maníaco do parque, ainda que se regenerasse, algo hoje impossível, pois está mortinho. Barbosa, goleiro da seleção de 1.950, será sempre lembrado pelo frango na final dessa mesma copa, apagando todas as suas belíssimas atuações com a camisa 1. E por aí vai.
Após este exemplário, falemos do assunto em questão, o Craw (fala-se cráu) – o Homem Elétrico, nosso amigo Jeancarlo. Claro, como não poderia deixar de ser, é mais uma figura da Barra Funda, bairro excessivamente carregado de pessoas-personagem, tal qual um livro de contos fantásticos, fato que denota a magia arraigada neste chão da zona Centro-Oeste da cidade.
Pode parecer estranho esta alcunha de Homem-Elétrico, visto que são famosos em todos os cantos a Maria Louca, a Loira do Banheiro, o Homem do Saco, e todos estes outros seres que metem medo em muita gente, principalmente nos infantes, que, ingênuos, acreditam em tudo. Mas o Craw – O Homem-Elétrico é real, ele existe e tem sobrancelhas enormes (esta é uma informação crucial para o enredo, as sobrancelhas gigantes). É famosíssimo e muito mencionado no bairro. Mulheres sozinhas à noite andam apavoradas e apressadas, velhinhos não saem de casa após as 22h00 e dizem até que ele já apareceu em banheiros de escolas... Vejam, é o Jeancarlo ganhando proporções de assombração, tal qual o Curupira e o Saci-Pererê.
Tudo começou com um simples caso amoroso. Explico. Ele tinha um caso com uma mulher chamada D. (vou omitir o nome dela por motivos de força maior), que era apaixonada. Pobre coitada.
Jean (é assim que o chamamos) todos os sábados toca seu reco-reco no samba do grupo Xamanóis – aliás, o reco-reco do Jean merecerá um capítulo à parte – e bebe. Ele não bebe pouco. Entorna litros e mais litros de cerveja. Consome barris e fica, não poderia ser diferente, extremamente embriagado e escalafobético ao final do samba. E fica soltando gritos curtos e rápidos, como um tique nervoso: “cráu, cráu!”.
Uma rápida pausa: o Jean é um dos sujeitos mais metódicos que pude conhecer. Acorda, trabalha, come e dorme todos os dias religiosamente nos mesmos horários. Nunca sai a noite em dias de semana e bebe sempre nos mesmos lugares, como uma prática de louvor à monotonia.
Este comentário serviu para explanar que, todos os Sábados após o samba, ele voltava para a Barra Funda e ia bêbado como um porco manco para a casa da D., que sabia que ele chegaria as 23h07.
Certa noite de Sábado, Gilmar (o cara mais boa-praça da região) o deixou na porta da casa dela. Ele conseguiu, aos trancos e barrancos, descer do carro e ir se escorando na parede até o portão. Chovia aquela chuva fina. Jean, não se atentando para um fio desencapado que ligava à campainha, meteu o dedo no botão. Senhores, o choque foi tão forte que sua mão grudou no interruptor. Suas pernas batiam uma na outra, seu corpo balançava tanto que parecia uma mola, e o pior: sua sobrancelha, com cabelos de 4 centímetros, se arrepiou inteira. Uma das cenas mais horripilantes da história, de deixar o Lobisomem parecendo um poodle inofensivo. D. ouviu o barulho e socorreu o homem, que mais uma vez caiu na cama e dormiu, ainda com descargas elétricas pelo corpo.
Muitos Sábados se passaram e muitos choques Jean tomou, até D. se cansar dessa vida e largá-lo. Acabou se casando e foi embora para o interior. O pobre diabo, amargando a dor da desilusão, ainda hoje, anos depois, como uma auto-penitência, todos os Sábados às 23h07 toca a mesma campainha, leva o choque e vai pra casa todo arrepiado com todos os requisitos de assombração, assustando os incautos da Barra Funda aos sábados a noite: Craw – O Homem Elétrico!
Para ser mais claro e objetivo, citarei exemplos. O Mário Gomes (ator), até hoje é chamado carinhosamente de Cenourinha, após aparecer no hospital com o tal vegetal entalado em seu orifício anal, ato que lhe custou um bom tempo de reclusão, de sumiço.
Francisco de Assis Pereira será para sempre o maníaco do parque, ainda que se regenerasse, algo hoje impossível, pois está mortinho. Barbosa, goleiro da seleção de 1.950, será sempre lembrado pelo frango na final dessa mesma copa, apagando todas as suas belíssimas atuações com a camisa 1. E por aí vai.
Após este exemplário, falemos do assunto em questão, o Craw (fala-se cráu) – o Homem Elétrico, nosso amigo Jeancarlo. Claro, como não poderia deixar de ser, é mais uma figura da Barra Funda, bairro excessivamente carregado de pessoas-personagem, tal qual um livro de contos fantásticos, fato que denota a magia arraigada neste chão da zona Centro-Oeste da cidade.
Pode parecer estranho esta alcunha de Homem-Elétrico, visto que são famosos em todos os cantos a Maria Louca, a Loira do Banheiro, o Homem do Saco, e todos estes outros seres que metem medo em muita gente, principalmente nos infantes, que, ingênuos, acreditam em tudo. Mas o Craw – O Homem-Elétrico é real, ele existe e tem sobrancelhas enormes (esta é uma informação crucial para o enredo, as sobrancelhas gigantes). É famosíssimo e muito mencionado no bairro. Mulheres sozinhas à noite andam apavoradas e apressadas, velhinhos não saem de casa após as 22h00 e dizem até que ele já apareceu em banheiros de escolas... Vejam, é o Jeancarlo ganhando proporções de assombração, tal qual o Curupira e o Saci-Pererê.
Tudo começou com um simples caso amoroso. Explico. Ele tinha um caso com uma mulher chamada D. (vou omitir o nome dela por motivos de força maior), que era apaixonada. Pobre coitada.
Jean (é assim que o chamamos) todos os sábados toca seu reco-reco no samba do grupo Xamanóis – aliás, o reco-reco do Jean merecerá um capítulo à parte – e bebe. Ele não bebe pouco. Entorna litros e mais litros de cerveja. Consome barris e fica, não poderia ser diferente, extremamente embriagado e escalafobético ao final do samba. E fica soltando gritos curtos e rápidos, como um tique nervoso: “cráu, cráu!”.
Uma rápida pausa: o Jean é um dos sujeitos mais metódicos que pude conhecer. Acorda, trabalha, come e dorme todos os dias religiosamente nos mesmos horários. Nunca sai a noite em dias de semana e bebe sempre nos mesmos lugares, como uma prática de louvor à monotonia.
Este comentário serviu para explanar que, todos os Sábados após o samba, ele voltava para a Barra Funda e ia bêbado como um porco manco para a casa da D., que sabia que ele chegaria as 23h07.
Certa noite de Sábado, Gilmar (o cara mais boa-praça da região) o deixou na porta da casa dela. Ele conseguiu, aos trancos e barrancos, descer do carro e ir se escorando na parede até o portão. Chovia aquela chuva fina. Jean, não se atentando para um fio desencapado que ligava à campainha, meteu o dedo no botão. Senhores, o choque foi tão forte que sua mão grudou no interruptor. Suas pernas batiam uma na outra, seu corpo balançava tanto que parecia uma mola, e o pior: sua sobrancelha, com cabelos de 4 centímetros, se arrepiou inteira. Uma das cenas mais horripilantes da história, de deixar o Lobisomem parecendo um poodle inofensivo. D. ouviu o barulho e socorreu o homem, que mais uma vez caiu na cama e dormiu, ainda com descargas elétricas pelo corpo.
Muitos Sábados se passaram e muitos choques Jean tomou, até D. se cansar dessa vida e largá-lo. Acabou se casando e foi embora para o interior. O pobre diabo, amargando a dor da desilusão, ainda hoje, anos depois, como uma auto-penitência, todos os Sábados às 23h07 toca a mesma campainha, leva o choque e vai pra casa todo arrepiado com todos os requisitos de assombração, assustando os incautos da Barra Funda aos sábados a noite: Craw – O Homem Elétrico!
13 Comentários:
Conheço esse rapaz muito bem Kid...
hahahahaha
muito bom o texto.
Parabéns.
Abraços,
Spirra
hahahahhaha
mto bom kid...
e esse detalhe do cenourinha eu nao sabia!!!hahahhahahahhaha
q ridiculo
abraços
HAHUAHUAHUAHUAHAHAH ...
Mtoo bomm Arthur !!!
Coitado do Jancá !!!!!!! HAHUAHUAHUAHUAHAHAHHAHUAHUAHUAHUAHAHAH
Eh verdade meu, o reco-reco dele merece, certeza, uma história aqui no blog !!!
Beijão ...
''como uma prática de louvor à monotonia.''
ahuAHUAhuAHUaA MTOO BOMM O TEXTO CADERUDO...
auhahuahuahuahua...e ateh hj ele toma o xoke e volta pra casa ahuahuahua
floww kidd, jogo mto hj!
;D
abraçoss
Pobre diabo!!!!!!!!!!!
HAuhuhUHAUHuhHUAHuHAuH
UAhuUHHUhuHUAhuHAUhuHuh
Coloquei o link do blog no meu fotolog manow.
BJOS
LOURDES
Artur mto boa historia.
Não conheço esse Jean, mas deve ser uma figura!!!! rs....
Beijos e boa semana!!!
Nossa aqui estou eu pensando em como deve ser a sobrancelha de um ser assim!!
sahusuhahushas
abrass!!
Cabra,
Mais uma vez PARABÉNS !!! Excelente o texto..muito bom !! hahahahaha..
Abs,
Anbirrlo
Sherra: Ainda bem que você o conhece e pode atestar a veracidade de tudo o que eu relatei.
Glauton: O Cenurinha é muito famoso. Como você não sabia?
Carol: O reco-reco virá à tona!
Alemão: eu SEMPRE jogo muito.
Ludmila: como não consigo comentar no seu, agradeço ter recomendado o blog Anhanguera. Valeu!
Tia Mel: Você conhece o Jean, é que não está lembrando.
Julio: é muito pior do que você pode imaginar. O Cláudio Lembom perto dele não tem sobrancelhas.
Angelo: Obrigado!
Mestre!
Como foi o Dá Samba???
Quero a resenha exposta aqui no blogue!!!
E com detalhes sórdidos, por favor.
Beijos!
Gênio, foi um sucesso. Antológica. Postarei com detalhes, se possível, esta semana ainda.
Beijo, mano!
1) Eu não sou infante (faz tempo) e acredito em tudo.
2) Por que essas pessoas que escrevem comentários aqui não o fazem em português?
Szegeri:
1) Eu disse no texto: "...metem medo em muita gente, principalmente nos infantes...". Não me referi somente aos infantes.
2) Essa porra de mania de internet dessa molecada. Aliás, estou preparando um texto-surra nessa babaquice!
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