20 de mar. de 2008

Anhanguera dá Samba IX

Tantinho da Mangueira se apresentou no Anhanguera no final do mês passado. Não poderia haver outro dia para simbolizar a noite iluminada que foi aquela. Era 29 de fevereiro; data máxima da casualidade, do eventual. Dia em que o calendário é pego de surpresa; assim como quem viu e ouviu o homem num Anhanguera que estava abarrotado de gente a sua espera. E Tantinho confirmou que é um gigante. Não só pelo fino repertório, pela apurada voz e belo timbre, pela sensibilidade na roda e nem pelos cd´s que ele deu pra algumas pessoas. Deu!

Tantinho chegou de mansinho e não quis esperar em mesa reservada antes de cantar. Foi à beira da roda, recebeu saudação emocionada e pediu-me uma água. Sem gelo.

- Não quer uma cerveja, mestre?

- Agora não. Depois. – E, voltando-se para o alambrado, escarrou. - Minha garganta. Não tá muito boa, não!

Imagino se estivesse... O homem arrebentou.




Não é preciso chover no molhado narrando o samba. Até porque samba e festa é ruim de narrar. Não dá. Só presentemente pra saber. Porque o que a gente sente até se bota no papel, mas não tudo. Sambas da Manga brotavam às pencas, assim como o partido-alto. Nessa seara Tantinho contou com o apoio de um inspiradíssimo Paulinho Timor e um certeiro Szegeri. Coisa de primeira. Chega Paulinha Sanches e o coro em dupla com Railídia ecoava bonito que só. Na calada das duas horas da manhã meu pai teve de sair desesperado pra comprar mais cerveja, salvando a noite dos beberrões de plantão. Tantinho, após matar a pau, pegou-me pelo braço:

- Agora eu quero! - A sorte é que a nova cerveja já estava gelada. E foram várias.

Volto ao gigantismo do Tantinho. Após confessar-me que adorou o espaço, o público e mais que tais, quis ficar no lugar até “acabar geral”, como ele mesmo disse. Cerveja pra cacete, pinga e bate-papo – e todo mundo foi respeitoso, sem encher o saco, sem atazanar a paciência – até que, já no fim do samba, Tantinho voltou e cantou mais um monte, causando entusiasmo em massa. Pedra noventa. Deleitem-se:



Um sambista de São Paulo pede passagem em Março, na próxima sexta, dia 28. Camarada de longa data, frequentador assíduo do saudoso Cuca e com uma vivência invejável no samba, Wilson Sucena é intérprete singular. Transcrevo palavras de Fernando Szegeri em 2002, que - ele mesmo diz - aprendeu com o malandro muito das manhas do riscado:

Wilson "Boca" Sucena é um dos melhores compositores de samba da paulicéia. Figura conhecidíssima, leva uma roda como poucos, tendo durante anos comandado a melhor delas todas no bar Boca da Noite, do qual era um dos proprietários e que lhe empresta até hoje o apelido.

Deixo o Sucena cantando uma das suas: Fidelidade.


Até Sexta!

4 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Tantinho deu shoooow !!!!

Adooooorei te ver sábado Arthuuuca !!! =D



Beijoo.

24 de março de 2008 às 16:03  
Blogger Unknown disse...

Que maravilha, querido! Que maravilha! Tantinho é chapa quente e qualquer dia estou baixando aí no Anhanguera!

E o samba do Sucena, hein? Coisa linda! O cara adulou até a sogra! Malandro é malandro...

Beijo!

25 de março de 2008 às 19:55  
Blogger Craudio disse...

Mais uma noite inesquecível com Tantinho. Mais uma que vai vir com o Sucena.

E acabar cerveja, nesse caso, é só prova do sucesso que se tornou o Anhangüera.

Abraços, mano véio!

26 de março de 2008 às 15:44  
Anonymous Anônimo disse...

Grande Favela,
após um semestre todo sem faltar no projeto, não pude comparecer nesta sexta 28/03 por causa do trabalho...garanto q no proximo estarei. Troco a Luciana Gimenez pelo Anhanguera dá Samba!
To na Redetv! agora.

Abração e sucesso,
Fabio Sombra Bertolozzi

29 de março de 2008 às 00:26  

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