Ovelhas Boys
Dentre os grandes times de várzea que já existiram na história da Barra Funda, alguns se destacaram.
O Grajaú, por exemplo, era um time de fazer brilhar os olhos dos espectadores. Tinha os maiores craques da várzea. Sua “linha” tinha jogadores como Peck, Lostal, Wande e Armando... De fazer inveja à linha do Santos, com Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe (tenho que excluir o Pelé, que é incomparável).
O Carlos Gomes era um dos times mais antigos da várzea e também o time de maior torcida da região. E dos maiores briguentos. Imaginem só: na torcida deste time figuravam nomes como Waldir, ele mesmo, o Diabo e Barrabáz. Era quebra-pau todo jogo!
O Anhanguera, o único dos três até hoje em atividade, sempre se destacou pela sua organização e pelos bailes em sua sede social. Era um time, à época antiga, visto como modelo, já que dispunha de uma estrutura anos-luz a frente de seus rivais varzeanos.
Mas um time que sempre me encantou, que fico imaginando nos meus delírios, foi o Ovelhas Boys, pela irreverência e criatividade. Pela quebra dos paradigmas impregnados no futebol amador até então.
Só pra me fazer entender melhor, devo explicar como é o clima varzeano, pois, entre meus dez leitores, têm mulheres que acredito não conhecerem este ambiente hostil. Não se resume a um campo, duas traves, uma bola e 22 jogadores. Podemos definir basicamente necessário para se fazer completo tal ambiente mais alguns requisitos. O juiz quase sempre é ladrão e barrigudo, um bar é necessário e os bêbados encostados no alambrado também, hordas furiosas de brigões ignorantes estão sempre a postos pras pancadarias rotineiras. Cusparadas, palavrões e bofetadas são constantes.
O Ovelhas Boys existiu por curtíssimos dois anos, entre 1967 e 1969. Seu presidente era o Nivaldo. Dizem que foi o maior jogador que o bairro já viu, mas no Ovelhas ele não jogava. Era composto por dois times: o extra e o sport (hoje chamados de 2º e 1º quadro, respectivamente). No extra jogavam os ricos e barrigudos que “bancavam” o Ovelhas. Tomavam goleadas em todos os jogos. Era coisa de sete, oito a zero para o adversário. Um saco de pancadas, o extra. Já no sport, foi formada a seleção dos times da Barra Funda e do Bom Retiro, um esquadrão imbatível mesmo. Tanto que, nos dois anos de vida, o sport do Ovelhas jamais perdeu um jogo sequer. E jogando fora contra os tais juízes ladrões e torcidas vikings, já que eles não tinham campo.
Como eu já disse, o estilo deste time era único, por isso eram chamados de “time de fresco” pelos adversários brutamontes. Saquem só o porquê dessa fama.
Ao chegar ao campo adversário para assistir aos dois jogos (extra e sport), a torcida do Ovelhas, que tinha algumas meninas (algo inimaginável à época), estendia esteiras de vime e cadeiras de praia, guarda sol e mesinhas. Duas garrafas de uísque importado eram obrigatórias, assim como um balde de gelos com formatos de ovelha. Uma vitrola portátil, que era o aparelho de última geração no momento, tocava apenas twist e rock´n roll e embalava os homens, que usavam lenço no pescoço e as meninas, com seus vestidos-tubinho a dançarem. Imaginem os embasbacados adversários assistindo uma cena dessas!
O uniforme do time era de babar. Camisa de manga comprida, de botão, com botões de pressão, gola engomada, símbolo bordado e os números nas costas dos jogadores em algarismos romanos. Nem a seleção brasileira tinha um uniforme desses!
Uma pena ter durado tão pouco tempo, mas, mesmo sem ter vivido, sou torcedor fanático do Ovelhas Boys!
O Grajaú, por exemplo, era um time de fazer brilhar os olhos dos espectadores. Tinha os maiores craques da várzea. Sua “linha” tinha jogadores como Peck, Lostal, Wande e Armando... De fazer inveja à linha do Santos, com Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe (tenho que excluir o Pelé, que é incomparável).
O Carlos Gomes era um dos times mais antigos da várzea e também o time de maior torcida da região. E dos maiores briguentos. Imaginem só: na torcida deste time figuravam nomes como Waldir, ele mesmo, o Diabo e Barrabáz. Era quebra-pau todo jogo!
O Anhanguera, o único dos três até hoje em atividade, sempre se destacou pela sua organização e pelos bailes em sua sede social. Era um time, à época antiga, visto como modelo, já que dispunha de uma estrutura anos-luz a frente de seus rivais varzeanos.
Mas um time que sempre me encantou, que fico imaginando nos meus delírios, foi o Ovelhas Boys, pela irreverência e criatividade. Pela quebra dos paradigmas impregnados no futebol amador até então.
Só pra me fazer entender melhor, devo explicar como é o clima varzeano, pois, entre meus dez leitores, têm mulheres que acredito não conhecerem este ambiente hostil. Não se resume a um campo, duas traves, uma bola e 22 jogadores. Podemos definir basicamente necessário para se fazer completo tal ambiente mais alguns requisitos. O juiz quase sempre é ladrão e barrigudo, um bar é necessário e os bêbados encostados no alambrado também, hordas furiosas de brigões ignorantes estão sempre a postos pras pancadarias rotineiras. Cusparadas, palavrões e bofetadas são constantes.
O Ovelhas Boys existiu por curtíssimos dois anos, entre 1967 e 1969. Seu presidente era o Nivaldo. Dizem que foi o maior jogador que o bairro já viu, mas no Ovelhas ele não jogava. Era composto por dois times: o extra e o sport (hoje chamados de 2º e 1º quadro, respectivamente). No extra jogavam os ricos e barrigudos que “bancavam” o Ovelhas. Tomavam goleadas em todos os jogos. Era coisa de sete, oito a zero para o adversário. Um saco de pancadas, o extra. Já no sport, foi formada a seleção dos times da Barra Funda e do Bom Retiro, um esquadrão imbatível mesmo. Tanto que, nos dois anos de vida, o sport do Ovelhas jamais perdeu um jogo sequer. E jogando fora contra os tais juízes ladrões e torcidas vikings, já que eles não tinham campo.
Como eu já disse, o estilo deste time era único, por isso eram chamados de “time de fresco” pelos adversários brutamontes. Saquem só o porquê dessa fama.
Ao chegar ao campo adversário para assistir aos dois jogos (extra e sport), a torcida do Ovelhas, que tinha algumas meninas (algo inimaginável à época), estendia esteiras de vime e cadeiras de praia, guarda sol e mesinhas. Duas garrafas de uísque importado eram obrigatórias, assim como um balde de gelos com formatos de ovelha. Uma vitrola portátil, que era o aparelho de última geração no momento, tocava apenas twist e rock´n roll e embalava os homens, que usavam lenço no pescoço e as meninas, com seus vestidos-tubinho a dançarem. Imaginem os embasbacados adversários assistindo uma cena dessas!
O uniforme do time era de babar. Camisa de manga comprida, de botão, com botões de pressão, gola engomada, símbolo bordado e os números nas costas dos jogadores em algarismos romanos. Nem a seleção brasileira tinha um uniforme desses!
Uma pena ter durado tão pouco tempo, mas, mesmo sem ter vivido, sou torcedor fanático do Ovelhas Boys!
8 Comentários:
O Ovelha boys era praticamente o São Paulo de hj né?! riquinhos q não sabem jogar bola e com roupinhas de viado... bambis...
tirando o sport que é como se fosse o corinthians, jogava uma bola de encher os olhos de todas as classes sociais...
hmmmm bacana...
só porfavor Ki eu sei que vc torce pra eles mas pelo amor de deus não me apareça com um lencinho no pescoço ouvindo rock!!! aushuahsuahsa
Gostei do Ovelhas Boys! Apesar de eles soarem quase são-paulinos a uma certa altura da descrição, sou um grande admirador da irreverência. E isso, pelo visto, sobra neles.
Vi um comentário da sua mãe, acho que no post anterior, em que ela diz que é admirável a sua capacidade de guardar histórias.
É mesmo!
Extremamente admirável.
Eu sou péssimo pra essas coisas. Tenho uma memória que é, como dizem, uma vaga lembrança. Sempre que o pessoal começa a contar umas histórias eu fico matutando, matutando, e eu nunca acho nada interessante!
Sempre penso que minha vida é muito chata nessas horas...
:P
Cabras, dia 1 tá aí, bicho! E tamo sem lenço nem documento por enquanto...
Vamo que vamo!
Ah, última coisa: reinaugurei meu blog.
Passa lá, comenta e já me põe aí nos seus links!
Hehehehe...
Beijo!
Nossa Tuca.... animal esse time.... nem sabia que existia...... vc com certeza faria parte desse time com seu futebol arte, futebol de Ademir da Guia, Coutinho, Garrincha e Pelé misturados em um grande tocador de cavaquinho...... hahahahahahaa
Te amo brother,... vc é demais...
Abs...
Smiiiiiiiiiiirraaaaaa...
P.s.: e dia 29???? é verdade a figura que aparecerá no AAA?
Favela, seu safado, degenerado, filho de chocadeira. Você me disse que estava escrevendo o blogue, mas ainda não tinha mostrado pra ningué. E eu tive que vir parar aqui por acaso, sem ser convidado. Isso não vai ficar assim, saiba. Aguarde-me.
Julinho: O Ovelhas era um time que, no fundo, apenas "tirava um barato" dos moldes pré-estabelecidos. Irreberência. Por isso meu carinho por eles.
Gênio: Já até comentei no blog. Dia 1º é amanhã!
Sherra: porra, como você nunca ouviu falar dos Ovelhas???
Dia 29, aguarde!
Szegeri: eu sabia que sua implacabilidade o traria até aqui. Aguardava ansioso por este momento!
sugiro q o AAA tenha novos conceitos e lance um novo time com os moldes dos Ovelhas Boys !!
sugiro tb q o Bruno seja o capitão desse time, mas q tb vire uma espécie de cheerleader ... fazendo dancinhas e passinhos para encantar a multidão q lota o AAA !!
e mais, o nome do time: Mamutes Guys !!!
e conte-nos sobre dia 29 !!
estou curioso !!
bjo
E ai Arthur
Essa história é muito boa
Se vc estivesse vivendo essa época vc estaria jogando no time extra
E depois sairia para assistir o próximo jogo tomando whisky e chavecando as menininhas que estavam fora do campo
Abraços
Artur
Gostei desse time!!!!
Pessoas de classe!!!!
uhaahuahuahuahuahuahuahahuahu
Mas como a gente é barraqueiro, a gente prefere o AAA caralhoooo
Beijos!!!
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