26 de fev. de 2010

Anhangüera dá Samba XXXII

O tempo está curto. Falta pouco para a mais aguardada edição do Anhangüera dá Samba! Mal ando escrevendo aqui, é verdade. Mas tudo voltará ao normal mês que vem. Vamos falar um pouco deste projeto – deste samba, digo – que me deixa a cada mês mais orgulhoso, mais satisfeito, com mais vontade de fazer e com a responsabilidade cada vez maior – e disso não posso me furtar.

Ninguém recebe um Noca da Portela impunemente, nem um Tantinho da Mangueira, nem um Toniquinho Batuqueiro e muito menos um Wilson Moreira (duas vezes). A cada edição – e lá se vão trinta e dois meses – é preciso melhorar. Há quem reclame da estrutura, às vezes com razão, mas é o que temos a oferecer. O Anhangüera dá Samba! está firme porque nele mora uma jogada que nem a melhor estrutura do mundo daria conta: o axé. Uma energia tão subjetiva que só quem é iniciado pode explicar. Os outros sentem. E voltam. E aguardam a próxima ansiosamente.

Vejam bem: mês passado. Começa 2010 e quem veio? Delcio Carvalho, um compositor monstruoso. Foi uma roda de samba bonita demais, com o homem cantando aquele monte de músicas, uma melhor que a outra. Umas mais conhecidas, outras menos, mas todo mundo cantando junto. Aí é que está: o Anhangüera não tem palco, é chão! Infelizmente o Daniel não filmou a grande apresentação do Delcio Carvalho, de modo que não tenho nada pra mostrar por aqui. Fica na memória de quem lá esteve; e se emocionou.

Hoje tem mais. Como eu dizia, a noite mais esperada do Anhangüera nos últimos anos. Tem mestre Monarco. Disse meu compadre Fernando Szegeri na Agenda:

Promessa de noite histórica no Anhangüera dá samba!. Como já há mais de 30 meses, a última sexta-feira terá mais uma vez os Inimigos do Batente recebendo um convidado especial. E o bamba deste mês, um dos maiores baluartes vivos do samba brasileiro, dispensa apresentações: mestre Monarco da Portela!É difícil até dizer no que o homem se faz maior. Se maior é o intérprete elegantérrimo, voz calejada, mas poderosa, porta-voz-oficial do samba de Oswaldo Cruz. Seria o compositor fecundíssimo, parceiro de Candeia e Paulo da Portela, autor de alguns dos maiores sucessos gravados por gente do naipe de João Nogueira e Zeca Pagodinho? Ou é esse imenso arquivo vivo do samba brasileiro, que transcende em muito as fronteiras da Grande Madureira, passeando com desenvoltura por estácios, salgueiros, mangueiras, como muitos de lá nem seriam capazes? Diriam outros que é essa imensa liderança do samba, timoneiro incansável do maior conjunto musical do Brasil: a Velha Guarda da Portela. Tem gente até que, por essas e outras dúvidas, chega a considerá-lo o maior sambista vivo, vejam vocês...E o melhor de tudo é que o mestre, que se apresenta com freqüência na Paulicéia, diga-se a verdade, poucas vezes por aqui pode ser visto fora do palco, no "terreiro", na roda de samba que é uma de suas grandes especialidades. E tudo isso a hoje inigualáveis R$ 10,00!!!Festa total em azul e branco para reunir os sambistas dos quatro cantos da cidade, vocação das rodas dos Inimigos, e sacudir a Barra Funda, o Bom Retiro e – por quê não? - o coração do Brasil.

Fica ainda um áudio do grande Monarco cantando uma seleção de partido alto da antiga.

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Até mais tarde!

20 de fev. de 2010

Roberto Chalita, o plagiador

Um episódio estapafúrdio chamou a atenção de muita gente desde que meu mano Felipinho Cereal descobriu que um homem cometia indecências na grande rede. Estava eu, inclusive, embarcando para o Rio de Janeiro na sexta passada quando recebi sua ligação indignada.

Roberto Chalita – eis o nome do larápio – se fazia valer de “jornalista” num jornal da cidade de Vinhedo, cidade em que mora. Há quase um ano plagiava sem a menor compostura a mim e a cinco amigos-irmãos meus: Bruno Ribeiro, Eduardo Goldenberg, Felipe Quintans, Fernando Szegeri e Luiz Antonio Simas, todos no “esquadrão” que indico à direita no blogue.

A notícia está se espalhando aos sete ventos de uma maneira assustadora. Saiu no blogue do Nassif, no blogue do Cesar Tartaglia, hospedado n´O Globo On Line, e em mais um monte de outros blogues.

Eduardo Goldenberg, um dos plagiados, é o nosso porta-voz. Indignado e rigoroso, meu chapa vem desmascarando o plagiador com textos que trazem detalhes riquíssimos, impressionantes e revoltantes. Leiam aqui, aqui e aqui. O que ele diz lá em seu Buteco, ele diz por mim.

Roberto Chalita me lembra um doido varrido da Barra Funda – talvez seja até parente seu, já que diz ele ter sido criado nessas bandas – que lá pelos idos dos anos 60 saía gritando aos quatro cantos: “- Sou o Pelé!”. No outro dia era Garrincha. Depois era Didi, depois Vavá, e por aí vai, de 1 a 11 do escrete da Copa da Suécia.

O plagiador me fez lembrar o louco – este último sim um sujeito digno de compaixão - , mas ele é totalmente diferente do demente: é ruim. E não é doido!

Guardam, os dois, uma semelhança: o ato de achar que são outras pessoas. O imitador barato quis viver nossas vidas. Ele foi durante um ano Edu, Bruno, Fernando, Felipe, Luiz Antonio e Arthur.

E batia no peito, leviano: “- Sou o Chalita! Roberto Chalita!”.

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